Quando a Sé Apostólica fica vacante – seja por falecimento ou renúncia do Papa -, a Igreja Católica inicia um dos processos mais solenes e secretos de sua tradição: o Conclave. Esse rito milenar é o método exclusivo de escolha do novo Papa, líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos no mundo.
O termo “conclave” vem do latim cum clave, que significa “com chave“, fazendo referência ao isolamento dos cardeais eleitores, que ficam literalmente trancados na Cidade do Vaticano até que um novo pontífice seja escolhido.
Quem pode votar?
Apenas cardeais com menos de 80 anos de idade na data da vacância do papado têm direito a voto. Atualmente, esse grupo é composto por cerca de 120 cardeais de diversas partes do mundo. Eles se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, onde todo o processo de votação ocorre.
Como é feita a eleição?
O Conclave segue regras definidas na constituição apostólica Universi Dominici Gregis, instituída por João Paulo II e atualizada por Bento XVI. Os cardeais iniciam com uma Missa especial, seguida de juramentos de sigilo absoluto.
As votações são feitas manualmente, com cédulas. A cada rodada, os votos são lidos em voz alta e contados. Para ser eleito, um candidato deve obter dois terços dos votos. São feitas até quatro votações por dia (duas pela manhã e duas à tarde). Após cada rodada sem eleição, as cédulas são queimadas com produtos químicos. Se a fumaça que sai da chaminé for preta, significa que não houve decisão. A tão esperada fumaça branca anuncia a escolha de um novo Papa.
Aceitação e anúncio
Ao ser eleito, o cardeal é questionado: “Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?” Se responder afirmativamente, escolhe seu nome papal. Em seguida, o novo Papa é apresentado aos fiéis com a tradicional frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”) e aparece na sacada da Basílica de São Pedro para sua primeira bênção pública.
Cardeais brasileiros com direito a voto
O Brasil terá sete representantes com direito a voto no próximo Conclave. São eles:
Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo de Brasília, 57 anos.
Dom Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre, 65 anos.
Dom Sergio da Rocha – Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, 65 anos.
Dom Odilo Pedro Scherer – Arcebispo de São Paulo, 75 anos.
Dom Leonardo Ulrich Steiner – Arcebispo de Manaus, 73 anos.
Dom João Braz de Aviz – Prefeito emérito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, 77 anos.
Dom Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro, 75 anos.
Esses cardeais representam diferentes regiões do Brasil e trazem consigo experiências pastorais diversas, refletindo a pluralidade da Igreja no país.